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Monitoração Sérica de Fenobarbital

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Monitoração Sérica de Fenobarbital: Importância e Recomendações

 O tratamento das convulsões em animais depende de sua etiologia (causa), e a escolha do medicamento anticonvulsivante deve ser feita com base nesse diagnóstico. O fenobarbital é um dos medicamentos mais comumente utilizados no controle de convulsões em animais, principalmente aqueles com epilepsia idiopática ou adquirida. No entanto, o uso deste fármaco requer um acompanhamento cuidadoso, especialmente devido ao risco de hepatotoxicidade e a necessidade de ajustar as doses para alcançar uma eficácia terapêutica sem causar efeitos adversos.

Quando Usar o Fenobarbital?

O fenobarbital é indicado para convulsões associadas à epilepsia, tanto a idiopática (sem causa identificada) quanto a adquirida (devido a lesões ou doenças). No entanto, ele não é recomendado para pacientes com convulsões originadas de patologias em evolução, como neoplasias (tumores cerebrais) ou encefalite (inflamação do cérebro). Nessas situações, o tratamento deve ser direcionado à causa subjacente da convulsão, e o uso de anticonvulsivantes, como o fenobarbital, pode ser contra-indicado ou apenas parte de um tratamento mais amplo. Além disso, se as convulsões forem causadas por condições extracranianas, como hipoglicemia, encefalopatia hepática ou uremia, o fenobarbital não será eficaz, pois a causa das convulsões deve ser tratada diretamente, e não o sintoma (a convulsão). 

A Importância da Monitoração Sérica

O uso de anticonvulsivantes como o fenobarbital exige monitoramento rigoroso para garantir que o medicamento esteja sendo administrado em doses adequadas. O objetivo é manter uma concentração terapêutica eficaz no organismo, evitando tanto a subdosagem, que pode resultar em crises não controladas, quanto a sobredosagem, que pode levar à toxicidade. 

O fenobarbital pode causar efeitos hepatotóxicos (toxidade no fígado), o que torna ainda mais crucial o acompanhamento regular. Para realizar uma monitoração sérica adequada, é recomendado que a coleta de sangue seja feita justo antes da administração da dose seguinte, quando se atinge o nível de platô da droga no organismo. Nesse momento, os níveis de fenobarbital atingem o equilíbrio necessário para um controle eficaz das convulsões, e a medição permite que o clínico faça ajustes na dose, se necessário. 

Quando Medir as Concentrações Séricas?

A literatura especializada recomenda que as concentrações de fenobarbital no sangue sejam verificadas em momentos específicos, especialmente nos primeiros meses de tratamento e periodicamente ao longo do tempo. As diretrizes mais comuns incluem: 

  1. Nos primeiros dias após o início do tratamento: recomenda-se medir os níveis em 14, 45, 90, 180 e 360 dias após a introdução do fenobarbital. 
  2. Após 6 meses de tratamento contínuo, as medições devem ser feitas a cada 6 meses.
  3. Sempre que houver dois episódios consecutivos de convulsão: isso pode indicar que a dose de fenobarbital precisa ser revista ou ajustada. 
  4. Suspeita de intoxicação:se houver sinais de intoxicação, a medição deve ser feita 4 a 6 horas após a ingestão do medicamento. 

Além disso, é recomendada a realização de exames de perfil bioquímico sérico e hemograma a cada 6 meses, para monitorar a função hepática e detectar possíveis intoxicações ou discrasias sanguíneas (alterações nas células sanguíneas) associadas ao uso do medicamento. 

O fenobarbital é uma ferramenta terapêutica valiosa no tratamento de convulsões em animais, mas seu uso exige um acompanhamento cuidadoso para evitar efeitos adversos e garantir a eficácia do tratamento. O monitoramento contínuo dos níveis séricos e dos exames complementares são fundamentais para ajustar a dosagem do medicamento, prevenir intoxicações e promover a saúde a longo prazo do paciente. 

Sempre consulte um médico veterinário para determinar o melhor protocolo de tratamento e monitoração para o seu animal, especialmente se ele estiver em uso de fenobarbital ou qualquer outro anticonvulsivante. 

Fontes:

  • Andrade, S. F. : Manual de Terapêutica Veterinária 2 ed. São Paulo: Roca, 2002.
  • Bichard, S. J. , Sherding, R. G.: Manual Saunders: clínica de pequenos animais 2 ed. – São Paulo : Roca, 2003.

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